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Médico Ortopedista, especialista em ombro e cotovelo. Áreas de interesse: luxação do ombro, manguito rotador, capusulite adesiva, fraturas no ombro, tendinite e bursite no ombro, tendinite calcária, fraturas no cotovelo, ombro congelado, epicondilite, luxação acromioclavicular, lesão SLAP, lesão labral, artrose do ombro, artroscopia do ombro, prótese de ombro, artroscopia de tornozelo, lesão do bíceps.

Problemas Comuns

Conheça os problemas comuns que acometem o Ombro e o Cotovelo. Saiba tudo sobre: lesão do manguito rotador, capsulite adesiva do ombro, tendinite e bursite no ombro, luxação do ombro, fraturas do ombro, tendinite calcária do ombro, luxação acromioclavicular.

 

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Lesão SLAP (lesão do labrum superior)

Leonardo Cavinatto

 
 

 

O que é a lesão SLAP ?

Lesão SLAP é uma lesão da porção superior do labrum da glenóide, a qual envolve a origem do tendão da cabeça longa do bíceps. A articulação glenoumeral ou articulação do ombro é formada pela cabeça do úmero e pela glenóide (conforme mostram as imagens abaixo).  O labrum é um tecido fibrocartilaginoso que margeia a borda ou periferia da glenóide, aumentando assim a sua área e atuando para manter a estabilidade da articulação do ombro.  Em decorrência de eventos traumáticos ou de esforço repetitivo, ocorre a Lesão SLAP,  que pode levar à dor e fraqueza no ombro. Lesão SLAP significa, por definição, lesão superior de anterior para posterior, do inglês Superior Lesion Anterior to Posterior

 
 

O que causa uma lesão SLAP?

A lesão SLAP ocorre mais comumente em decorrência de força de tração ou tensão no braço por ação de um evento traumático. Também pode ocorrer em função de movimentos de arremesso repetitivos acima do nível do ombro, sendo comum em atletas arremessadores. A luxação ou deslocamento da articulação do ombro pode também levar à lesão da porção superior do labrum adicionalmente à lesão da porção ântero-inferior do labrum (lesão de Bankart), característica das luxações glenoumerais. 


Como fazer o diagnóstico de uma lesão SLAP?

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O diagnóstico da lesão SLAP se faz a partir da tríade formada pela história contada pelo paciente, do exame físico e de exames de imagem.

Apesar de haver exames físicos próprios para identificar a lesão SLAP, de um modo geral todos os testes apresentam uma baixa especificidade para o diagnóstico da lesão. Um outro fator que pode confundir o exame físico é que, de um modo geral, a lesão SLAP está associada a outras lesões no ombro, como lesões parciais do manguito rotador, lesões da cartilagem, artrose da articulação acromioclavicular e cistos paralabrais.

O exame de imagem mais comumente solicitado para o diagnóstico da Lesão SLAP é o exame de ressonância magnética simples. A artroressonância magnética, na qual um meio de contraste é infiltrado no espaço articular do ombro previamente à realização do exame de ressonância também é uma opção de exame a ser solicitado. Em função da melhora da qualidade das imagens geradas pelos aparelhos de ressonância, o exame de artroressonância muito pouco tem acrescentado ao exame de ressonância simples para o diagnostico da lesão SLAP, sendo progressivamente menos solicitado. 


Quais são os tipos de lesão SLAP?

A lesão SLAP foi primeiramente descrita por Andrews em 1985 e classificada por Snyder em 4 tipos em 1990.  O lesão do tipo I é uma lesão degenerativa em que ocorre apenas fibrilação do labrum superior. A lesão de tipo I muitas vezes está associada à lesão do manguito rotador em geral é de tratamento não-cirúrgico.  Na lesão do tipo II, ocorre uma desinserção completa do labrum superior junto com o bíceps. Nas lesões tipo III, além da lesão labral, ocorre uma lesão em “alça de balde” do labrum, e, no tipo IV, a lesão em alça de balde acomete também o bíceps. 

Tipo de lesão SLAP segundo Snyder (1990)

Tipo de lesão SLAP segundo Snyder (1990)

 


Como tratar uma lesão SLAP?

De uma modo geral, deve-se inicialmente tentar o tratamento conservador (não cirúrgico) para as lesões SLAP. Apesar de nunca ocorrer cicatrização espontânea do labrum lesado com o tratamento conservador, ele tem como função reequilibrar as forças dos tendões, diminuir processos inflamatórios, corrigir contraturas e melhorar a harmonia dos movimentos do ombro.

Quando o tratamento conservador não surte efeito para a melhora dos sintomas, indica-se o tratamento cirúrgico. Existem 2 tratamentos cirúrgicos para as lesões SLAP: o reparo labral e a tenodese do bíceps.

O reparo labral é a sutura do labrum superior junto à glenóide, realizado através de âncoras de sutura. Tenodese é fixação do tendão da cabeça longa do bíceps no úmero (e não na glenóide). 

Reparo labral

Reparo labral

Tenodese do bíceps

Tenodese do bíceps


Reparo labral ou Tenodese do bíceps, o que é melhor?

Inicialmente, o tratamento cirúrgico da lesão SLAP era realizado por meio do reparo labral. Entretanto, uma série de artigos científicos registraram resultados imprevisíveis e muitas vezes insatisfatórios com essa modalidade de tratamento cirúrgico, especialmente em pacientes com idade acima de 35 anos. Observava-se, numa porcentagem maior do que a desejada, dor residual e rigidez pós-operatória.  

Mais recentemente, a lesão SLAP vem sendo tratada através da tenodese do bíceps. A tenodese, de um modo geral, apresenta maior índice de sucesso e retorno mais rápido às atividades esportivas. Estudos atuais mostram uma tendência a tratar a lesão SLAP através da tenodese, especialmente em pacientes acima dos 35 anos de idade e em paciente que almejam um mais rápido retorno as atividades. Um recente estudo mostra, inclusive, que a tenodese do bíceps é superior ao reparo labral para reestabelecer o controle neuromuscular do ombro.


O que são cistos paralabrais?

Cistos paralabrais são lesões sentinelas que muitas vezes estão associadas às lesões labrais. Os cistos são formados por líquido sinovial, presente fisiologicamente nas articulações, que, em função da lesão labral, forma-se um efeito de válvula pelo qual o líquido sinovial flui para o interior do cisto mas apresenta dificuldade para sair, ficando acumulado próxima à lesão labral.